sábado, 14 de outubro de 2017

Maria na liturgia

Como Igreja, somos uma comunidade organizada, com ritos e normas. No correr dos séculos, a Igreja desenvolveu, no conteúdo e na forma, uma forma própria para fazer memória, agradecer, pedir, escutar a Palavra de Deus e celebrar a ceia do Senhor. O culto ganha expressão na liturgia e na devoção.
Na liturgia reformada após o Vaticano II, Maria foi colocada em íntima relação com o mistério de Cristo e da Igreja. No Advento, preparamo-nos para a vinda do Senhor, esperando como Maria durante sua gravidez. No tempo do Natal, alegremente celebramos com ela a encarnação do Filho do Deus. Ao longo do tempo comum, acompanhamos com Maria a missão de Jesus, que revela o Pai com gestos e palavras. Durante a quaresma, Maria e todos os santos se unem a nós para respondermos ao apelo à conversão, à busca do essencial. Na semana santa, acompanhamos a paixão e morte do Senhor, vivendo com Maria a “noite escura”. No tempo pascal, com Maria exultamos, pois o Senhor ressuscitou de verdade e vive glorioso, no Céu e na Terra. Portanto, durante todo o ciclo litúrgico, mais do que rezar para Maria, oramos como ela e na sua companhia, na grande corrente da Comunhão dos Santos.
No correr do ano litúrgico, Maria também ganha destaque. Há três tipos de celebrações marianas, por ordem de importância: as solenidades, as festas e as memórias. As solenidades, como o nome indica, constituem as celebrações mais importantes. Em todo o mundo elas são quatro: Maria, Mãe de Deus (1º jan), Anunciação (25 março), Assunção (15 agosto) e Imaculada Conceição (8 dez). Em cada diocese e país, há ao menos uma solenidade própria do lugar. Dentre as festa marianas, recordamos a da Visitação. 

Existem várias memórias marianas, como: nascimento de Maria e as “Nossas Senhoras”, como a das Dores, de Fátima, do Carmo e do Rosário. Algumas delas são memórias facultativas, ou seja, opcionais. Uma celebração de memória pode ser elevada à solenidade em determinada região. Na América Latina, NS. Guadalupe se tornou solenidade, pois foi proclamada padroeira de nosso continente. E Aparecida, para o nosso país.


Nas solenidades, festas e memórias de Maria, os padres e as equipes de liturgia devem ajudar a assembleia a conhecer mais e melhor a mãe de Jesus. E também a relacionar Maria com Jesus Cristo e a comunidade de seus seguidores.
Afonso Murad
Publicado no Folheto ODomingo

Nenhum comentário: