sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Viver as surpresas de Deus

Carlos e Luzia estavam conheceram-se no Grupo de Jovens. Naquele tempo, eram somente bons amigos. Carlos tocava violão, Luzia cantava muito bem. Depois, tornaram-se adultos e continuaram a atuar na Pastoral de Juventude, como assessores. Cada um fez seu caminho pessoal e profissional. Ela viveu uns namoros incertos. Ele gostava de “ficar com as meninas”, sem compromissos. Colecionava a lista das namoradas. Um dia, os dois se encontraram num passeio, sem esperar ou planejar, e se olharam de maneira diferente. Ele começou a tocar umas músicas, e ela cantou junto. Que surpresa! Um dueto lindo! Sintonia afinada. Daí começou um amor, que se consolidou no tempo. Para Luzia, o coração disparou. Carlos conta que naquele momento sentiu algo diferente, que nunca tinha experimentado. “Percebi que Deus veio ao meu encontro. Foi uma reviravolta. Renunciei a muitas coisas, refiz meus planos e hoje estou feliz”, diz ele. Do encontro inesperado e do encanto da música nasceu o amor intenso.

Maria, a mãe de Jesus também viveu momentos inesperados. Se a gente acompanha a vida dela, vê como Maria foi surpreendida por Deus. Soube acolher as surpresas e percebeu os sinais de Deus na vida. Tudo começou um dia em Nazaré da Galiléia. Uma cidade do interior, desconhecida para muitos. Talvez a jovem Maria nutrisse o desejo de ser mãe e ter muitos filhos. Ela conhecia o carpinteiro José. As famílias dos dois tinha já arranjado o casamento, como se fazia naquele tempo. Tudo parecia caminhar para o previsível. Então, vem um chamado de Deus, para ser a mãe do messias. No começo, Maria fica perturbada (Lc 1,29) e pergunta pelo sentido daquilo que ouve do enviado de Deus. Tudo parecia estranho e novo. Como iria acontecer isso? E os planos com José? (Lc 1,34). Maria acolheu a surpresa de Deus. Confiou e arriscou-se. Renunciou a muitos planos. Deus chegou para ela de maneira inesperada. E depois de questionar, pensar, escutar, ela assumiu inteiramente sua nova vocação.

Você pensa que foi somente esta a surpresa? Houve muitas outras. Imagine que ao encontrar a sua parenta Isabel, aconteceu algo imprevisto. Entre as duas há tamanha sintonia, que Isabel percebe que algo diferente está acontecendo em Maria. O Espírito Santo lhe revela, no coração, que ela tem uma fé enorme, é bendita entre as mulheres, e o fruto de seu ventre será o salvador! (Lc 1,41-45). Maria novamente acolhe esta surpresa de Deus. Encanta-se com aquele momento tão especial. Longe de se orgulhar ou se considerar mais importante do que os outros, louva a Deus com humildade: “Estou muito alegre e canto ao Senhor, que fez em mim maravilhas” (Lc 1,46-49).

Que Maria nos ensine a receber, com alegria e gratidão, as surpresas de Deus. Que ela abra os nossos olhos e nosso coração para reconhecer os momentos de Graça! Amém.

(Publicado na Revista de Aparecida, setembro de 2014)

domingo, 7 de setembro de 2014

Maria e a dor dos humildes (Maria em canto 2)



Maria, tu és a beleza dum céu feito estrelas que a noite desfaz.
Teu canto espalha a certeza que a dor dos humildes terá seu final.

Transforma, ó Mãe, dos aflitos, o grito de tantos irmãos
num canto de fé, esperança, num dia de dança feliz caminhar.

Acolhe em teu seio materno crianças famintas jogadas ao chão.
Qual chuva que fecunda a terra faz que a semente do amor brote em nós.

Maria, mulher escolhida, de todos querida, amada do Pai,
recebe o clamor de teus filhos que juntos suplicam a libertação.
Lindbergh Pires